Alvorada Parintins

Venezuelana Julieta Hernández foi morta com requintes de crueldade, segundo polícia do AM

Crime foi solucionado em menos de 48 horas após o registro do BO

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) e a Polícia Civil do Amazonas detalharam, na segunda-feira, 08 de janeiro, a solução do caso da venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, 38. O casal Deliomara dos Anjos Santos, 29, e Thiago Agles da Silva, 32, foram presos na sexta-feira, dia 05, no município de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), e ambos responderão pelos crimes de ocultação de cadáver, latrocínio e estupro.

A artista e cicloviajante estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro do ano passado, e o Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na quinta-feira, dia 04, na Delegacia Virtual do Amazonas (Devir), e encaminhado à 37ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, que de imediato, deu início às diligências pela região.

Em coletiva de imprensa, o secretário de Segurança Pública, coronel Vinicius Almeida, destacou que o caso foi solucionado em menos de 48 horas após a Polícia Civil tomar conhecimento do registro da ocorrência.

“A Polícia Civil tem dado um retorno à sociedade de forma contundente e todos os casos têm tido respostas com celeridade, qualidade e eficiência, por isso quero aqui parabenizá-los pelo excelente trabalho que resultou na elucidação desse crime bárbaro”, disse o secretário.

Na ocasião, o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, se solidarizou com familiares e amigos de Julieta Hernández. A autoridade policial informou que esse caso foi praticado com requintes de crueldade e a Polícia Civil agiu de forma célere para solucioná-lo.

“As equipes policiais agiram rápido e foi possível concatenar todas as circunstâncias e encontrar o corpo desta vítima. Parabenizo os policiais da 37ª DIP pelo excelente trabalho e ressaltar que a população pode contar com o trabalho da Polícia Civil e do Sistema de Segurança”, salientou Torres.

Entenda o caso

A ocorrência começou a ser investigada na manhã de quinta-feira, 04 de janeiro, após o Boletim de Ocorrência (BO) do desaparecimento de Julieta Inés Hernández Martínez ser registrado na Devir. O BO informava que o último contato da vítima com a família teria sido no dia 23 de dezembro, por volta de meia-noite e meia, quando ela teria dito que iria pernoitar em Presidente Figueiredo, e seguiria para Rorainópolis, em Roraima.

“Diante dessa informação, nós nos deslocamos até as pousadas da região, a fim de obter notícias sobre o paradeiro dela. Já na manhã de sexta-feira, fomos até o refúgio e localizamos Thiago, que disse que a mulher havia pernoitado no local e seguido para a rodovia”, relatou Valdinei Silva, titular da 37ª DIP.

De acordo com o delegado, no mesmo dia, um morador localizou partes da bicicleta da vítima e acionou a polícia. Quando a equipe chegou ao local, Thiago tentou fugir, mas foi capturado. Ele e a esposa foram conduzidos à delegacia e entraram em contradição nos depoimentos, e assim confirmaram a autoria do crime.

Foi solicitado apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) com os cães farejadores que deram apoio às buscas e o corpo foi encontrado em uma cova no quintal do refúgio, além de outros pertences.

“A vítima estava dormindo em uma rede na varanda do local, quando Thiago pegou uma faca e foi até ela para roubar seu aparelho celular. Eles entraram em luta corporal, ele a enforcou, a jogou no chão e pediu que Deliomara amarrasse os pés dela. Em seguida, ele a arrastou para dentro da casa, pediu que a esposa apagasse as luzes e passou a abusar sexualmente da vítima”, detalhou o delegado.

Após a mulher dele presenciar o fato, jogou álcool em ambos e ateou fogo. Thiago conseguiu apagar o fogo com um pano molhado e foi até uma unidade hospitalar receber atendimentos médicos. Já a infratora enforcou Julieta com uma corda e a enterrou no quintal.

A identificação do corpo foi realizada por meio do procedimento de necropapiloscopia, pelo Instituto de Identificação Aderson Conceição de Melo (IIACM) com apoio da equipe técnica do Instituto Médico Legal do Amazonas (IML).

Ambos responderão por ocultação de cadáver, latrocínio e estupro, e ficarão à disposição do Poder Judiciário.

Relacionadas
Deixe um comentário