Um gavião real (Harpia Harpija) de aproximadamente quatro anos foi encontrado ferido na quarta-feira (24) numa propriedade localizada na Comunidade São José do Laguinho, Gleba de Vila Amazônia.
O gavião real tem uma envergadura de 1,2m (medida de uma ponta a outra das asas), pesa aproximadamente cerca de 10 Kg e a altura de 80 centímetros.
A ave de rapina estava caída com um ferimento na perna direita na ocasião quando foi encontrada pelo jovem interiorano, Sandel Xavier Tavares, que ficou surpreso com ave e pelo tamanho.
“Estava passeando por trás do nosso terreno quando dei de cara com o gavião, que aparentemente estava abatido e com a perna quebrada e tentou me atacar, mas eu conseguir amansá-lo”, declarou.
Para levar para casa, Sandel disse que amarrou com cipó o bico da ave com receio que o animal pudesse bicá-lo e o agarrou pelas pernas.
Na residência, o animal foi alimentado com carne e sempre tentava atacar as pessoas quando se aproximavam para vê-la, mas aos poucos foi se adaptando ao ambiente.
O Gavião Real foi trazido para uma clinica veterinária em Parintins onde passou por avaliação. O médico-veterinário Gustavo Passanelli, explicou que a ave estava fraca e estressada, além da perna fraturada, precisando de descanso para poder ser encaminhada ao INPA em Manaus.
“O fator de risco agora é a dor, então vamos medicar a ave porque está com uma fratura exposta e isso dói, podendo essa dor e esse estresse desencadear a alguma complicação”, declarou.
Passanelli explicou que é provável que a ave possa voltar à natureza assim que se recuperar da fratura na perna.
O jovem gavião real será enviado a um centro especializado para reabilitação no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde ficará sob os cuidados da bióloga e pesquisadora, Tânia Sanayoti, coordenadora do Projeto Gavião Real na Amazônia.
Espécie que habita as chamadas florestas intactas, o gavião-real é a maior ave de rapina das Américas e ocupa o topo da cadeia alimentar e utiliza os recursos da fauna de forma equilibrada. Por isso, é o responsável pelo balanço de suas presas na natureza.
O primeiro gavião-real a ser resgatado em Parintins, foi uma fêmea batizada pelos moradores do assentamento de Vila Amazônia por Naruna.
Por: Fernando Cardoso