Alvorada Parintins

Festa da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus celebra o jubileu de 60 anos de criação

Este ano a festa tem como tema “Sagrado Coração de Jesus” e o lema “Unidos em um só coração celebrando 60 anos de evangelização”.

A paróquia Sagrado Coração de Jesus está em festa pelos 60 anos de fundação. As festividades iniciaram nesta quarta-feira, 19 de outubro, com a missa, carreata e entrega do andor do padroeiro na igreja de Santa Clara.

Este ano a festa tem como tema “Sagrado Coração de Jesus” e o lema “Unidos em um só coração celebrando 60 anos de evangelização”. A matriz do Sagrado já foi dedicada a Nossa Senhora do Carmo.

Fundada em 1945 com o nome de Igreja Nossa Senhora do Carmo, a Igreja do Sagrado Coração de Jesus passou a ser chamada desta maneira no ano de 1962, após a construção da Catedral.

Localizada em frente a escola mais tradicional de Parintins – Colégio Nossa Senhora do Carmo – a Igreja do Sagrado Coração de Jesus faz parte de um conjunto arquitetônico composto pelo Obelisco de Fundação da cidade e o Cruzeiro das Missões, edificações que representam o patrimônio histórico e edificado da cidade.

Foto: Arquivo

Aliado ao valor histórico, a paisagem natural impressiona quem visita o lugar que não deixa de se impressionar com o caudaloso Rio Amazonas e o lindo pôr-do-sol.

O “Sagrado” é a segunda Igreja mais antiga de Parintins, inaugurada em 1º de agosto de 1888. A primeira foi construída onde, atualmente, está localizada a Praça Digital Cristo Redentor, construída entre os anos de 1805 e 1806, servindo ao povo por mais de um século. Com a demolição, a Igreja foi reconstruída no novo local e recebeu novo nome após a construção da Catedral, na Avenida Amazonas.

O primeiro bispo de Parintins, Dom Arcângelo Cerqua, em seu livro “Clarões de Fé no Médio Amazonas – A prelazia de Parintins no seu jubileu de prata”, faz um breve relato da construção da igreja do Sagrado Coração de Jesus.

Para um breve resumo histórico da atual igreja do S. Coração nos servimos do citado livro “Memória do Município de Parintins”, de Antonio Clemente R. Bittencourt, e do Tombo da Paróquia.

Já lembramos que a primeira igreja na Praça do Cristo Redentor tinha sido declarada irrecuperável pelo Eng. Alexandre Haag.

Consequentemente na Assembléia Legislativa, a 20 de maio de 1881 foi votada a Lei n.º 529 “autorizando a edificação de uma Igreja em Parintins”, “tendo sido votado a esse fim o crédito de trinta e cinco contos de réis”. (Bet., pag. 60).

Na Lei Orçamentária para 1883-1884 aparece outro crédito de vinte e um contos de réis “para a conclusão das referidas obras”.

Quanto ao projeto da construção

“A 22 de agosto de 1882 o Tesouro Provincial reecbeu cinco propostas para construir a Igreja segundo o projeto do eng. Lauro Baptista Bittencourt e foi aceita a proposta de José Felix Videira Braga, com o qual foi assinado o contrato a 19 de outubro do mesmo ano.

Foi marcado o lugar pelo engenheiro projetista e as obras iniciaram a 2 de janeiro de 1883.

Pelo contrato a Igreja devia ficar pronta a 19 de março de 1884, mas as diversas prorrogações de prazos fizeram com que o edifício estivesse pronto apenas a 10 de agosto de 1888, quando “o Diretor de Obras Públicas oficiou ao Presidente da Comissão fiscalizadora da construção composta de cidadãos de Parintins e presidida pelo coronel José Augusto da Silva, para entregar as chaves do edifício ao vigário da paróquia Padre João Maria Freydiont”. (Bit, pag. 61).

“O edifício estava concluído no quadro das paredes e cobertura, faltando tudo quanto era indispensável ao culto: não tinha coro, altares, pia baptismal e sinos. Por isso não pode ser logo inaugurado. O vigário, dedicado, recorreu à população católica e mandou fazer o coro e os altares.

E enquanto funcionava na antiga igreja, procurava equipar a nova do necessário.

O Sr. Antonio Rodrigues Vieira Junior ofereceu o sino “Linduina” do nome de sua primogênita; e o Sr. José Pereira Barbosa mandou vir de Portugal outro sino a que deu o nome de sua neta “Izura”.

O Pe. Victor no livro do Tombo, pag. 13, assegura de não ter encontrado esses sinos, mas sim os da Igreja velha, que foram levados para a nova, depois de sua demolição.

Foi encontrada sim a pia baptismal, de mármore, em forma de taça, oferecida pelo capitão Antonio Simplicio Valente de Menezes.

Em 1935 o Pe. Paulo Raucci tentou remodelar a torre e gostava de ir apreciar do meio do Rio a torre subir. Mas infelizmente um dia a torre desabou e arruinou parte das paredes e do coro.

A nova torre foi construida pelo Pe. Victor, bem prático de construções, e foi inaugurada em 1941.

Em 1942 o Pe. Victor construiu a nova capela mor e duas capelas laterais.

Em 1944 restaurou as paredes, fazendo o novo telhado e o novo forro, dando pintura por dentro e por fora; e em 1945, depois de cinco anos de trabalhos deu “a obra por terminada”.

Praticamente fez uma Igreja nova.

Mestre Raimundo Bentes foi um que muito trabalhou como carpinteiro com Pe. Victor. Ele trabalhava também por devoção, mas o Pe. fazia questão de “pagá-lo bem”, como o mestre aos 84 anos de idade em 1980 lembrava comovido.

A Igreja adquiriu também novas imagens. A de Cristo morto foi ofertada por João Mello, a de Cristo Crucificado por Renato Baptista, enquanto Luiz Souza deu os quadros da Via Sacra.

Em 1948 Agenor Dinelli ofereceu a imagem de N. Sra. do Perpétuo Socorro, Maria de Nazaré Teixeira deu a imagem de S. João Batista e o povo de N. Sra. das Graças (Tombo, pag. 21).

Em 1951 a torre ganhou sinos novos:

1º, de 210 kg, oferecido por Renato Batista com o nome de “Deum laudo” louvo ao Senhor.

2.º oferecido pelos paroquianos com o nome “Vivos voco”, chamo os vivos.

3º ofertado por Homero Fonseca com o nome de “Mortuos plango”, choro os mortos.

No mesmo ano toda a igreja foi pintada de novo e a torre foi melhorada com dois pisos de massa e cimento.

Em 1952, nos meses de setembro e outubro, durante a Missão dos padres redentoristas, foi levantado o Cruzeiro e foi colocado na torre o relógio, que pela metade foi pago pelo Sr. Francisco Braga, “O Malagueta”, esposo de Dona Clarina Bulcão.

Instituida e instalada a Prelazia, a igreja a 13 de novembro de 1955 passou a ser Igreja Catedral.

Naturalmente seu decoro recebeu grandes cuidados por parte dos padres.

O Pe. Jorge Frezzini em 1956 mandou fazer o forro novo e pintura na Capela à direita, no tempo dedicada ao S. Coração, com a colaboração de Olimpio Guarany e sua esposa Dona Nena.

Foi feito um novo altar mor, dois altares laterais, dois nichos em marmorite; calçadas em redor da igreja e pintura interna externa.

Em 1958 teve que ser escorado o templeto da torre dos sinos com viga e lage de concreto armado, pois os pisos de massa e cimento feitos em 1951 estavam cedendo.

A 31 de maio de 1962 a Imagem de N. Sra. do Carmo passou para a Capela provisória da Catedral, para onde foi transferida a Catedral e a paróquia N. Sra. do Carmo.

Entretanto no mesmo dia foi criada a nova paróquia do S. Coração e como sede foi escolhida a antiga Igreja de N. Sra. do Carmo.

Nos anos de 1965-1966 o vigário Pe. Januário Cardarelli, seguindo um projeto do Pe. Silvio Miotto construiu meia igreja completamente nova, desde os alicerces: isto é, transeto, altar mor, capelas laterais e sacristias.

Em 1966 o Pe. Antonio Caliciotti terminou os serviços, mandando fazer reboco e pavimentação, e colocando em nincho apropriado o Titular da Paróquia, o S. Coração.

É claro que de tempo em tempo vem sendo renovada a pintura. A última foi realizada, a custa dos Srs. Jorge Kawakami e Luiz Lobato Teixeira em outubro de 1979, quando foi reformado o nincho do S. Coração de Jesus e o Irmão Miguel De Pascale pintou anjos na parede da ábside.

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